VIDA CONSAGRADA – RELIGIOSA E LAICAL
Há de se convir que hoje a Igreja de Cristo floresce através do sopro do Espírito, com o nascimento das diversas vocações e carismas, assim como o reviver de algumas, em específico. Ao longo de toda a história da Igreja, o Senhor se demonstra bom e misericordioso com um povo que é Seu, num desejo de não deixar que nenhum dos seus se perca, e para que Sua Palavra possa chegar até os confins da terra. Sabemos que nosso Batismo é a nossa primeira consagração a Deus, e por isso não há lógica em não assumirmos esta consagração como batizados, discípulos missionários. Porém, Deus nos chama a ir além. Ele nos chama a uma radicalidade de vida… a uma especial consagração. No belo jardim da Igreja, há um desabrochar de ‘flores muito especiais’, com um chamado particular, no qual são convidados a responder ao “Vem” que Cristo fez e ainda hoje faz…
A algumas pessoas Deus chama a ser e estar com Ele, n’Ele e para Ele somente – a uma Vida Consagrada. Podemos pensar olhando a Sagrada Escritura, em tantos e tantas que, no seguimento de Cristo Jesus, despojaram-se inteiramente de suas vidas para segui-lo na radicalidade, com um coração aberto, entregue e cheio de amor… Temos, por exemplo, São Paulo, São João Batista, Maria Madalena, São João Evangelista. E observando as diversas formas de se viver esse seguimento radical, não é possível se deter em apenas uma especificamente, pois hoje temos uma diversidades no seio da Igreja, como as Novas Comunidades, Institutos Seculares, Ordem das Virgens e a Vida Religiosa, entre outras possibilidades de vida consagrada inteiramente a Deus existentes, que promovem a vivência de uma vida totalmente consagrada ao serviço a Deus, cada qual com seu carisma e espiritualidade própria. Podemos olhar para a Vida Laical Consagrada, ainda desconhecida por muitos.
Após o Concílio Vaticano II, a Vida Consagrada recebeu um novo impulso, especialmente a vida consagrada laical, que veio com toda força, com um único objetivo – a santidade para todos – e diferentes missões. O que nos basta saber é que ser “sal e luz” no mundo é a missão de quem busca, em meio à contradição de um mundo que quer nos sufocar, viver a radicalidade do Evangelho, seja
O leigo consagrado está discretamente inserido no mundo, nas faculdades, no trabalho, na família, na Igreja, sem “fazer alarme”. Ele precisa ser sinal encarnado,
Pregue o Evangelho. Se necessário, use as palavras.— SÃO FRANCISCO
Não obstante, a Vida Religiosa, também uma grande riqueza para toda Igreja, tem o mesmo objetivo, porém numa vida mais recolhida, à parte do mundo, em Institutos Religiosos, Congregações etc. A pessoa chamada por Deus à vida consagrada precisa estar atenta no seu caminho de discernimento e perceber se os traços dessa forma de viver o Evangelho e o seguimento ao Senhor realmente são para si, se de fato o desejo é autentico! Se, por exemplo, a vida religiosa em comunidade, junto aos irmãos e irmãs que Deus lhe confiar, é algo que se está aberto a viver, a obediência a um superior, a simplicidade no voto de pobreza, vivendo em desapego aos bens, e uma vida casta de corpo e alma! Uma intensa vida de oração, vida fraterna e o apostolado próprio de cada carisma de congregação marcam particularmente o vocacionado à vida religiosa consagrada.
Alguns Deus também chama à forma de vida contemplativa, ou semi-contemplativa, estando inteiramente escondidos do mundo e levando uma vida ainda mais orante, simples e recolhida, sendo de maneira mais intensa um coração que pulsa de amor e sustenta a Santa Mãe Igreja. A opção de tudo deixar por amor a Deus, através de um caminho de união esponsal, fincada na radicalidade do Evangelho, amando a todos por causa do seu Senhor, traça uma via na qual o(a) consagrado(a) é chamado(a) a seguir, independente do carisma/espiritualidade, Cristo Esposo mais de perto. Assim, na vida consagrada, a esponsalidade com Cristo não pode ser pensada de uma forma romântica, para que não se caia na ilusão de um amor humano que a qualquer momento o decepcionará, mas sim um amor sobrenatural, que ultrapassa as forças humanas, e que os faz viver o amor e suportar a dificuldade da vida fraterna, em comum. Nela, todos (as) são chamados (as) a doar entre si o mesmo Amor que recebem de Cristo Esposo, pois o chamado é o mesmo. Através de vestes – hábitos – e votos (castidade, pobreza e obediência), professam o desejo de Deus expresso em seus corações a respeito do carisma no qual foram chamados. E este (o hábito) é o sinal utilizado para se distinguirem em meio ao mundo, professando que são propriedade exclusiva do Sagrado.
A fim de contemplar a beleza de Deus através da Vida consagrada em geral, é impossível separarmos a importância da Vida Religiosa e da Vida Laical Consagrada. Contemplação e serviço não se separam. A vida de oração e Eucarística é fundamental para alimentar e sustentar a fidelidade no propósito com Deus. A diversidade na unidade é o necessário para a promoção da Vida Consagrada. Nem de mais, nem de menos. É preciso assumir a vocação dada por Deus sem medo. Nem melhor, nem pior. Nem maior, nem menor.
São membros de um só corpo, com uma única Cabeça, que é Cristo Esposo. E este corpo é movido pelo Espírito Santo. Portanto, que se alastre o Amor doação e uma generosa oferta de vida, que o mesmo Espírito una e desperte nos corações um desejo e atitude de maturidade espiritual e humana sólida nos corações chamados desde sempre.
E você, já pensou que Deus pode estar te chamando a esse estado de vida? Não deixe Deus sem resposta. Coragem!
Nadime Gallete e Maria de Deus Gonçalves
Fonte: https://www.centrovocacional.com/site/vida-consagrada-2/